Reabrir Feridas

Este texto também está disponível n' A Taberna dos Inconformados.
Foto: Franco e Salazar em Lisboa, 1949

O Semanário Expresso desta semana apresenta dois pontos que importa analisar: por um lado, fala de elementos conotados com a extrema-direita que tentam recrutar militantes para as suas fileiras. “As forças de segurança já alertaram o Governo para o perigo de transmissão aos jovens de ideias racistas, violentas e xenófobas.”; por outro lado, no mesmo jornal, num belo artigo assinado por João Pereira Coutinho, este último conta alguns episódios de uma ida a Madrid, nomeadamente como é que os socialistas espanhóis tentam rescrever a história: “...o famoso «Vale dos Caídos», que os socialistas espanhóis tencionam transformar em um museu da resistência antifascista. Ainda não sei para onde irá o corpo de Franco, mas presumo que o vão exportar para Marte, não vá o homem ressuscitar com os casamentos «gay» ou a semi-independência da Catalunha...”

O que é que estas histórias têm em comum? Na minha opinião, tanto num caso como noutro, existe um total desrespeito pela história. O que passou, passou. Não passam de revisionismos bacocos que têm como objectivo dar às pessoas uma visão desajustada da realidade. Não importa se são de esquerda ou de direita. Importa que não se minta ou omita por conveniência. Tão irresponsável é um fascista que vai arranjar justificações para os seus ideais como é um membro de um qualquer governo que quer apagar o que a história deixou.

Coutinho termina o seu texto com uma pergunta sobre Espanha que também se poderia aplicar a Portugal: “...valerá a pena procurar limpar a história de um país, despertando no processo velhos ódios que a Espanha soube enterrar, com esforço, nas últimas três décadas?...” Também acho que não.
Fonte: Expresso

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